A Justiça Federal de São Paulo negou o adiamento das provas e manteve as datas do Enem 2020 (Exame Nacional do Ensino Médio). Juíza acatou os argumentos da AGU (Advocacia Geral da União) de que nova alteração de datas causaria prejuízos financeiros e também prejudicaria a formação dos estudantes, uma vez que o exame é a principal porta de entrada para as universidades federais.
Pela decisão da Justiça Federal, as provas impressas devem ocorrer nos dias 17 e 24 de janeiro e a versão digital será realizada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
A juíza Marisa Cláudia Gonçalves Cucio afirmou, na decisão, que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), responsável pela aplicação do exame, oferece todas as medidas necessárias: “há informações suficientes sobre as medidas de biossegurança para a realização da edição 2020 do Enem.”
Pode acontecer
Ainda segundo a juíza, a decisão do não adiamento não deixa de confiar na responsabilidade do cuidado individual de cada participante, passando para as autoridades sanitárias locais a definição da necessidade de restringir ou não a circulação de pessoas nos dias das provas, caso for necessário.
De acordo com o Historiador e Especialista em aplicação de provas, entre elas o ENEM, Professor Cássio Luige acredita que a negativa do adiamento reflete dois cenários. “Por um lado, isso é muito bom, porque os estudantes que estão se preparando não ficarão mais agoniados esperando uma futura data para as provas. Mas, em contrapartida, a decisão das autoridades locais ainda não foi apresentada, o que garante que outras regiões do Brasil, podem, infelizmente, trazer a notícia de que o Enem vai ser adiado. Se isso acontecer, provavelmente pode virar um caos, já que um estado pode optar por uma data, outro estado optará por outra data. Então, levando em consideração um consenso entre estados com foco em organização, a melhor escolha seria se todos os estados negassem o adiamento para os estudantes”, conclui.