Desde 2020, a pandemia dominou o noticiário e mudou vidas no mundo todo. Essas mudanças também aconteceram na educação, onde a tecnologia ganhou espaço essencial. Vilão para um e herói para outros, o ensino remoto manteve as aulas em andamento durante esse tempo. Agora, com a retomada das aulas presenciais, 2022 abre novas perspectivas, principalmente no ensino bilíngue.
Nesse cenário, uma série de tendências aparece com força. É difícil destacar apenas uma ou duas em meio ao turbilhão de novidades. Maria Cláudia Amaro, fundadora da Rhyzos Educação, empresa que fomenta iniciativas pela educação básica no Brasil, como o Twice, aponta como o ensino bilíngue irá se destacar nesse novo cenário de educação. “Pouco se fala sobre o assunto, mas os programas de ensino bilíngue passam por uma fase de expansão e a volta às aulas presenciais vai dar um impulso a mais no setor. Afinal, cada vez mais escolas percebem a importância de formar cidadãos bilíngues”, destaca.
A expansão dos programas de ensino bilíngue é uma consequência desse cenário. Até 50% mais baratas que uma escola internacional, conforme dados da consultoria JK Capital, publicado na revista Exame, as mensalidades nas escolas com carga horária estendida em língua adicional são uma alternativa econômica e prática para os pais.
Segundo uma pesquisa da Catho, empresa de recrutamento, falar inglês aumenta o salário em até 72%. O mundo globalizado exige o domínio de pelo menos dois idiomas e isso vale tanto para a vida pessoal quanto para a profissional, como explica Maria Cláudia. “O potencial de crescimento do setor chama atenção. No Brasil, onde existem cerca de 108 mil escolas, apenas 3% têm algum tipo de educação bilíngue. Nos países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Chile, esse percentual é de 10%. Além disso, estimativas apontam que apenas 5% da população brasileira tem conhecimentos em inglês, sendo apenas 1% fluente no idioma”, explica.
As projeções para 2022 apontam para um contexto em que, tanto as escolas particulares quanto as públicas, apostam na reversão desse cenário por meio da adoção de programas de ensino bilíngue. No Rio de Janeiro e Distrito Federal, por exemplo, iniciativas desse tipo estão em andamento na rede pública de ensino. Apenas na capital fluminense, mais de 25 escolas adotaram o modelo.