Aumento de 83% na permissão para morar na América
“De mala e cuia”. A expressão é antiga mas define bem a forma como os brasileiros estão decidindo mudar de vida. Cada vez mais famílias estão juntando tudo o que tem incluindo, inclusive, animais de estimação e embarcando em uma viagem sem passagem de volta, a não ser para um dia vir passear no Brasil.
Um dos destinos mais procurados tem sido os EUA. Segundo dados do serviço de imigração americano , o número de brasileiros que tiveram seus vistos, green card, liberados para fixar residência na América teve um aumento significativo no começo deste ano: 83% de janeiro para fevereiro. A maior quantidade de pedidos tiveram como objetivo os vistos “EB” que são os que levam em conta a formação profissional da pessoa.
Esse movimento imigratório vai ao encontro da política do presidente Joe Biden de facilitar e incentivar, cada vez mais, a entrada legal de imigrantes que possam contribuir com a economia e o crescimento do país.
Tanto que o número geral de emissão de Green Card, o documento de residência permanente nos EUA, no primeiro trimestre deste ano, mais que triplicou se comparado aos trimestres do ano passado, foram 282 mil documentos, um número bem próximo do que era liberado antes da pandemia de covid 19 e, essa quantidade, deve ser ainda maior nos próximos meses.
Essa agilidade na aprovação dos processos tem surpreendido os advogados de imigração, Alexandre Piquet da Piquet Law Firm, conta que alguns casos estão tendo a aprovação do formulário I-140, que é o pedido de mérito para o EB2-NIW ( o Green Card para profissionais de atividades em escassez), que antes chegava a demorar até mais de um ano, em dois meses. “ Isso já agiliza bem o processo para a emissão do documento final de residência permanente, o Green Card. Há petições que foram entregues no fim do ano passado e já foram analisadas e liberadas. O governo está baixando normas para a máquina da imigração funcionar mais rápido””, diz Piquet.
Hoje, por exemplo, já é possível usar o cartão de crédito para pagar as taxas de qualquer tipo de visto, o que antes era impensável .
Outra medida para acelerar e fazer a papelada circular é a possibilidade de poder pagar uma taxa de urgência ou “processamento premium” cujo valor que antes era de US$1.400 por processo, agora, está mais salgada US$2.500 e, com isso, a análise do I-140 é finalizada em 15 dias .
Segundo alguns especialistas, o governo estaria com o pé no acelerador da imigração por dois motivos: há um estoque excepcionalmente alto de vistos disponíveis neste ano fiscal que termina em setembro de 2022 e falta mão de obra qualificada em diversas áreas no país.
Nesse quesito, duas categorias baseadas em empregos estão entre os tipos de vistos mais procurados pelos imigrantes de todos os países e, principalmente, pelos brasileiros. São os vistos : EB1 que é destinado a pessoas com habilidades extraordinárias, professores e pesquisadores de destaque, executivos ou gerentes de multinacionais e o EB2-NIW para as profissões consideradas em escassez como, por exemplo, especialistas em tecnologia da informação, profissionais da área de saúde, todas as especialidades de engenharia, professores de matemática.
O fim do limite anual de emissão de green card
Imigração e imigrantes nos EUA são sempre solução e problema para o país. Problema quando o assunto é a entrada de ilegal com a intermediação dos “coiotes” que estão cada vez mais criativos e violentos e, solução por ser uma forca de trabalho e de investimento indispensável em vários setores da economia.
Por isso, o assunto está sempre em pauta no Congresso, onde a discussão do momento é o texto aprovado de uma proposta de lei para eliminar o limite de green cards disponíveis para cada país .
Atualmente, o limite não pode ser maior do que 7 por cento dos green cards disponíveis no ano fiscal. Alexandre Piquet , explica que “Essa limitação tem gerado filas de espera para países como China, India, Filipinas, Vietnã e Mexico. Se a lei for aprovada esses países vão ser beneficiados pois, receberiam a grande maioria dos vistos de residência permanente disponíveis, já, que eles tem um grande numero de pedidos. Mas, por outro lado, países como o Brasil, que tem um número menor de solicitações, ficariam no fim da fila esperando a sobra para serem atendidos
