Elivelton Santos Furtado teve a prisão preventiva decretada e foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime em dezembro de 2019, em Piedade (SP).
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Heloá Pereira, de 11 anos, foi encontrada morta em Piedade; vizinho Elivelton Furtado foi preso quase dois meses após o crime — Foto: Reprodução
O vizinho que confessou a morte da pequena Heloá Pereira, de 11 anos, em Piedade , vai a júri popular no dia 30 de novembro deste ano. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça.
De acordo com o TJ, o julgamento será às 9h, no Fórum da Comarca de Piedade. Foram arroladas seis testemunhas comuns, sendo de acusação e defesa.
Heloá desapareceu em 19 de dezembro de 2019 e seu corpo foi encontrado dias depois (relembre o crime ao fim da reportagem). Segundo o g1 apurou na época, Elivelton confessou o crime e teria dito que matou porque estuprou a vítima.
‘Matei porque estuprei’
Se for condenado por todas as acusações, a pena de Elivelton pode chegar a 39 anos. O caso segue em segredo de Justiça. A polícia e parentes dele também foram ouvidos durante audiência em 2019.
“[O] pai dela [Heloá] saiu para trabalhar. Eu fiz o uso de droga e entrei lá [na casa da vítima] e fiz isso. Usei crack, cocaína e bebida alcoólica antes. Sabia que [o pai da Heloá] ia receber dinheiro. Matei porque estuprei e acabei cometendo essa loucura. Se pudesse voltar atrás, eu jamais teria feito isso. Todo dia me arrependo”, disse Elivelton à juíza.
Em julho de 2020, a Justiça negou o pedido da defesa para que fosse feito um exame para determinar a sanidade mental do jovem. Mesmo com a tentativa de instauração de incidente de insanidade mental do réu, a Justiça entendeu que nada nos autos indica que Elivelton tenha algum problema.

A confissão
Elivelton foi preso em fevereiro de 2020.
Na madrugada do crime, Elivelton, que era vizinho da casa onde a menina morava com o pai, disse que fez uso massivo de drogas.
Por volta das 6h, o pai da criança saiu de moto para buscar o caminhão que usava para trabalhar. De acordo com a investigação, neste momento, Elivelton disse que ouviu o barulho do veículo e foi até a casa.

A vítima, então, acordou e Elivelton disse que a asfixiou. Desacordada, ele levou a criança para a sua casa e abusou sexualmente dela.
Na ocasião, Heloá teria retomado a consciência, momento em que Elivelton desferiu 18 facadas contra a menina, conforme apontado por um laudo do Instituto Médico Legal (IML). Ele teria tentando então, novamente, estuprar a criança já morta.
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Corpo de Heloá foi encontrado nos fundos da casa onde morava — Foto: Arquivo pessoal
O crime
No dia do crime, o pai de Heloá, Robson Pereira, saiu de casa para trabalhar e a menina ficou dormindo no quarto. Robson voltou para levá-la para a casa da avó paterna, mas constatou que a criança não estava em casa.
Neste dia, com o desaparecimento da menina, o réu se dispôs a supostamente ajudar a família a encontrá-la. Ele decidiu fugir quando soube que a polícia passaria a usar cães farejadores nas buscas.
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Menina foi encontrada morta dentro de uma fossa na zona rural de Piedade — Foto: Bom Dia Piedade/Divulgação
O corpo de Heloá foi achado em 21 de dezembro, dois dias depois do seu desaparecimento, coberto por pedaços de madeira, enrolado em um cobertor e um lençol, dentro de uma fossa, nos fundos da casa dela.
A garota estava seminua, apenas com a camiseta. A calça e a calcinha estavam ao lado do corpo. A investigação solicitou exames para constatar o abuso sexual, mas o estado de decomposição do corpo não permitiu uma conclusão. Elivelton disse que limpou as manchas de sangue que estavam no quarto dele e queimou as roupas que usava no dia.
Elivelton foi preso no dia 14 de fevereiro de 2020, na estrada que liga Tapiraí (SP) a Pilar do Sul (SP), dois meses depois do desaparecimento da menina.
Fonte: G1