26.09 - Dia Nacional dos Surdos, Prevenção e Inclusão são as duas palavras de ordem
Publicado em:
22 de setembro de 2021 às 19:42:26
Atualizado em:
30 de novembro de 2022 às 17:56:36
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Por Dra. Adriana Gimenes Pim
Dia 26.09, aqui no Brasil, é uma data conhecida como ‘Dia Nacional dos Surdos’ por lembrar a inauguração da primeira escola para Surdos no país em 1857, com o nome de ‘Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro’, atual ‘INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos’.
Vou discorrer, de forma breve, sobre aspectos que podem levar à perda auditiva. E também falar um pouco sobre a importância da inclusão social e sobre o Capacitismo, termo da moda, mas aspecto muito importante para a convivência e a construção de uma sociedade tolerante, saudável, inclusiva.
De forma rápida, hoje dispomos de aparelhos auditivos cada vez menores, linguagens de sinais e muita tecnologia na comunicação para favorecer esta população. O fator humano também deve acompanhar toda essa evolução, não acha? Não exclua. Inclua!
Agora, sim, vamos falar dos aspectos da saúde em si que envolvem a surdez; começo falando dos pacientes adultos e das perdas neurosensoriais, ou seja, que são aquelas perdas de audição definitivas.
Fatores importantes relacionados a essa alteração são: ruídos, alterações metabólicas e uso de medicamentos (antibióticos).
Ruídos: De uma maneira geral a exposição a sons muito altos pode levar à perda de audição. Altos volumes de som podem levar a uma lesão das células da cóclea (lugarzinho dentro do ouvido que capta o som), ocasiando a perda auditiva (surdez).
Outro aspecto relacionado ao barulho é a perda de audição pelo ruído ocupacional, ou seja, aquelas pessoas que trabalham em lugares ruidosos. Geralmente, a empresa precisa verificar a quantidade de ruído a que expõe seus colaboradores. Existem normas para que seja obrigatório o uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual). Além disso, é necessário fazer controles que variam entre de seis meses a um ano.
Medicamentos: Um ponto que não deve ser negligenciado é o uso de medicamentos que levam à perda auditiva. Existem alguns antibióticos e algumas substâncias quimioterápicas, por exemplo, que são utilizadas no tratamento de câncer, e que podem levar a esta perda. Nestes casos, o médico precisa estar ciente das medicações em uso pelo paciente e quando necessário o uso desse tipo de medicação, informar o paciente sobre este risco. Muita atenção com a automedicação.
Alterações Metabólicas: Pacientes que sejam hipertensos, que apresentem diabete ou com alterações da função renal devem se cuidar ainda mais e fazer um controle bem adequado desta alteração metabólica para se evitar a perda de audição, já que o risco é aumentado.
Problemas na Gestação: Problemas durante a gestação podem levar a um nascimento com perda de audição. Se a mãe teve alguma infecção e usou antibióticos, isso pode impactar na audição do bebê.
Se a criança teve o famoso ‘amarelão’ (icterícia neo-natal) devemos ficar atentos. Outro fator que oferece um risco para a criança é a prematuridade. Quando a criança é prematura há uma chance de se ter uma alteração auditiva nos primeiros dois anos de vida. Ela precisa ser acompanhada.
Curiosidade, os Cotonetes: Muitas pessoas me perguntam sobre o uso do cotonete. Ele pode causar uma perda de audição condutiva, em geral passageira. O que acontece é que os cotonetes podem machucar o canal que inflamado (e inchado) dificulta a audição. Isso se trata.
Outra coisa que o cotonete faz é empurrar a cera (cerúmen). Retirando a cera, a audição volta ao normal.
Acidentes também podem acontecer com o cotonete, principalmente com as crianças, ocasionando lesões como perfurações do tímpano ou até lesão da cadeia ossicular. Com os adultos também ocorre. A pessoa está usando o cotonete e bate o braço, esquece o cotonete e se deita. Quando acontecem essas lesões pode ser necessária uma correção cirúrgica. Então, evite o cotonete!
E cuide-se sempre!